por Adyashanti |
A tremenda abertura e intimidade necessárias para se estar plenamente presente está além da capacidade de muitas pessoas de se sustentarem por mais de poucos momentos, antes de habitualmente se contraírem de volta à sua condição familiar de separatividade e luta, que tanto caracteriza a condição humana.

Arte de Tomasz Alen Kopera
Este constante estado de luta se manifesta como uma relação compulsiva e viciosa, com o movimento do pensamento, da emoção e do tempo.
Há uma grande relutância em parar de lutar, porque na ausência de luta, você de repente começa a dissolver suas barreiras e definições sobre quem você É.
E isso faz surgir medo, já que experimenta a perda do seu familiar sentido de si.
Lutar é uma maneira da personalidade manter sua existência. Quando você deixa o conflito, a identificação com a personalidade começa a desmoronar, e você se conscientiza de sua vacuidade e infinitude.
A coisa mais difícil é parar de lutar, de esforçar-se, de procurar e de buscar. Por que será?
Porque na ausência de luta você não sabe quem você é; você perde suas fronteiras, perde a sua separatividade, perde a sua “especialidade”, perde o sonho que você viveu durante toda a sua vida. Por fim, você perde tudo o que a sua mente criou e desperta para quem você verdadeiramente É: a plenitude, não limitada por quaisquer identificações, identidades ou fronteiras.
É desta liberdade de Ser sem residência fixa, que a maioria da gente espiritualizada está ao mesmo tempo em busca e em fuga, porque a sua natureza sem face, não fornece nenhum ponto de referência fixo ao qual a personalidade possa se apoiar ou no qual possa buscar segurança.
Enquanto permanecer identificado com a personalidade, você estará sempre em busca de segurança e exclusão da Verdade, permanecendo em constante estado de luta.
É somente quando o seu amor pela Verdade for maior que a necessidade compulsiva de segurança, que você deixará se levar pelos braços de uma revelação florescente e contínua da liberdade do Ser.